A lenda que dá nome a esta costa remonta aos tempos de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, que enviou uma expedição para recuperar relíquias de S. Vicente que se sabiam sepultadas na costa de Sagres. Nesta busca, o navio divagava pela costa sem sucesso, altura em que um bando de corvos surpreendeu a tripulação e os guiou até ao sepulcro procurado. Duas destas aves, fieis guardiãs de S. Vicente, acompanharam o navio com as relíquias ao longo da costa, na sua viagem de volta a Lisboa. Os corvos, popularmente chamados de Vicente, ainda hoje se encontram na hoje designada “Costa Vicentina” por onde o barco passou.
Na Zambujeira do Mar, onde as elevadas temperaturas alentejanas são atenuadas pelo Atlântico, a concentração típica da viticultura do interior é equilibrada pela frescura e humidade do mar, conduzindo a uma maturação ideal. As uvas amadurecem, assim, de forma lenta e equilibrada, com invernos frescos e húmidos, verões amenos e a constante presença dos ventos marítimos, criando vinhos onde a elegância se sobrepõe à robustez.
Plantadas em solos argilo-xistosos e franco arenosos, com baixo potencial produtivo, as castas do vicentino ostentam os seus melhores atributos. A baixa produtividade imposta pela terra vai funcionar como estímulo à qualidade das uvas que se formam, promovendo uma concentração ideal de ácidos orgânicos, açúcares e compostos fenólicos. O alcance deste equilíbrio entre quantidade e qualidade, juntamente com um clima ameno, permite obter uma matéria-prima de excelência.